A cúpula da Chevrolet do Brasil aguarda para saber os próximos passos da venda da Opel, braço europeu da fábrica americana, para o grupo francês PSA (Peugeot-Citroën). A transação foi anunciado na segunda-feira.
– O negócio envolve a Opel, nada tem a ver coma Chevrolet do Brasil. Nada mais foi nos passado além do que está na imprensa. Até onde sei, nada muda – disse, na noite de segunda-feira, o diretor de Comunicação da GM Mercosul, Nelson Silveira, que esteve em Porto Alegre.
– No lado pessoal, sentimental, claro que faz diferença. Trabalhei por quatro anos na Opel, fiz amigos lá, e sei que eles devem estar tentando saber como as coisas ficarão – continuou.
Nelson, cuja carreira na GM começou em março de 2001, transferiu-se em 2006 para Portugal, onde foi diretor de Comunicações e Assuntos Institucionais. Em janeiro do ano seguinte, mudou-se para Zurique, onde assumiu o papel de gerente de comunicação corporativa para a Europa até 2009, quando retornou ao Brasil para ser gerente de comunicações da Comunicação Externa da GM. O paulista ocupou o cargo até agosto de 2015, quando foi guindado à condição de diretor.
Em comunicado, a GM do Brasil foi na mesma linha: a venda da Opel/Vauxhall não está associada a outros mercados. Nos Estados Unidos, analistas do setor acreditam que as atenções agora se voltarão para a América Latina. Mas se dividem no tipo de ação. A maior parte dos jornais, em editoriais, cita que é possível que a GM também venda seu império na América do Sul, onde os lucros estão cada vez mais baixos – embora lidere as vendas do Brasil, a operação é considerada cara demais (em parte, pelos impostos) e, nos demais países do continente, a empresa não tem tido muito sucesso.
Outros analistas apostam que a General Motors, com dinheiro em caixa, terá condições de investir mais em países promissores como Argentina e Chile, como deve ser feito na China.
Outro motivo que pode ter levado a empresa a praticamente sair da Europa pode estar ligado aos carros elétricos. Enquanto concorrentes como Ford, VW e Honda apostam tudo no que deve ser o próximo combustível do continente, a General Motors investe mais nos combustíveis fósseis – que, muito provavelmente, devem prevalecer nos veículos do resto do mundo.
A Opel abriu a porta para a GM no Brasil. Vieram da fábrica alemã sucessos como Opala, no final dos anos 1960, baseado no Opel Rekord. Depois Monza, Kadett, Corsa e Vectra, entre outros. Por decisão administrativa, Chevrolet e Opel passaram a ter atividades bastante distintas. Em 2008, com a crise americana, a GM esteve à beira da falência e deu fim a marcas tradicionais do grupo, como Pontiac e Oldsmobile.
A companhia então voltou então seus olhos para Ásia (e até para o Brasil), passando a produzir mais veículos nestes locais. A Opel ficou isolada e, sem grande apoio da matriz, não conseguiu aguentar a concorrência de franceses e japoneses na Europa.