Depois de um ano muito difícil, com o setor amargando queda de cerca de 30% e voltando aos patamares da produção de 2005, os especialistas do setor de duas rodas acham que em 2017 o segmento vai... piorar.
Em nota divulgada na semana passada, a associação dos fabricantes (Abraciclo) informou que a expectativa para o próximo ano é de crescimento de 2,2% na produção e de queda de 4,4% no atacado e de 1,1% no varejo. A relação produção/vendas só vai fechar porque, para o período, a aposta é de aumento de 66% nas vendas, o que deixa claro que os empresários estão apostando em numa desvalorização do real em relação ao dólar.
– A produção voltou aos patamares de 2002, demandando ajustes na estrutura de fornecedores, fabricantes e concessionárias. Em 2017, o setor tem a expectativa de atingir resultados semelhantes. Teremos a realização do Salão Duas Rodas (em novembro), o maior evento do setor, que deverá contribuir para o estímulo do mercado – complementou o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.
As motos abaixo de 160 cilindradas representam cerca de 90% das vendas no país e, de acordo com Fermanian, as faixas com menor renda da população, maiores compradores desses veículos, são as mais afetadas na crise, pois falta crédito no mercado.
No acumulado até novembro, as vendas de motos de até 160 cilindradas recuaram 28,3% em relação a 2015. Já os emplacamentos da faixa entre 450 e 800 cilindradas (voltadas sobretudo à classe média) caíram 35,4% na mesma base de comparação. De acordo com a Abraciclo, os estoques do setor somam cerca de 50 dias, volume que só deve começar a ser reduzido a partir do ano que vem.