Lançada em 2014, a Tiger Sport 1050 acaba de passar por uma forte atualização. Ideal para quem quer viajar no asfalto, o veículo chega às concessionárias este mês ao preço de R$ 53 mil, um salgado aumento em relação aos R$ 46 mil da versão anterior. Para justificar o preço, os ingleses fizeram várias ajustes e colocaram 38 itens – alguns eram vendidos como acessórios.
Logo na primeira volta na moto, apresentada à imprensa especializada em São Paulo na semana passada, a primeira mudança é fácil de sentir: a embreagem. Para acioná-la, o condutor usa 48% menos força e engata as seis marchas com facilidade. A peça nem de longe lembra a do modelo anterior.
O acelerador ride by wire, presente em outros modelos da marca, foi trazido para a 1050. E, com ele, importantes equipamentos como controle de tração, de velocidade e de wheeling (acionado, impossibilita as chamadas empinas da roda da frente). Tudo pode ser desligado, caso o condutor prefira. No motor, o tigre inglês ganhou um cavalinho – passou de 125 para 126cv, e o torque melhorou . A moto tem quatro modelos de pilotagem. No Sport, a potência é despejada de forma quase instantânea. Já no Rain, as reações são mais suaves e a potência é reduzida para, no máximo, 110cv.
O novo mapa de injeção, de acordo com o fabricante, deixou a motocicleta 8% mais econômica – testes feitos pelo Inmetro apontaram consumo médio de 22,9km/l, em uma velocidade constante próxima a 100km/h. Com o tanque de 20 litros, a autonomia é excelente. O propulsor tricilíndrico teve a câmara de combustão redesenhada para ganhar eficiência.
Mimo de luz
A seta acompanha agora um mimo já presente em outros veículos da marca e desliga sozinha após oito segundos. A bolha ficou mais alta e ganhou duas aletas laterais para dissipar melhor o ar, protegendo o piloto. A regulagem de altura é manual.
A suspensão manteve os 140mm na frente, que agora tem ajuste completo (pressão e retorno), e os 155m na traseira, monochoque. Ambos são assinados pela Showa. Já os freios são da Nissin, que optou por dois discos de 320mm na frente e um de 255mm na traseira. No teste, mostraram ser precisos, assim como o ABS. Outro ponto de destaque é novo ronco do motor, mais grave e menos discreto que o da antecessora - bem mais adequado ao nome Tiger.
Apesar de ter ficado dolis milímetros mais larga que a anterior, a moto não perdeu em agilidade. E, embora mais partes de alumínio tenham sido usadas, o veículo aumentou dois quilos devido à série de equipamentos – passou de 216 para 218kg. O painel agora é o mesmo das brigtrail da marca, lançado no início do ano.
Apesar do aumento de preço na ordem de cerca de 15%, os ingleses apostam na melhora do produto para tentar ganhar terreno frente a concorrentes como Kawasaki Versys 1.000, Yamaha MT-09 Tracer, BMW S1000 XR e italiana Ducati Multistrada 1.200 - as duas últimas, com preços mais altos. Os ingleses ainda esperam atrair consumidores de bigtrail que quase não andam fora do asfalto. Para isso, a Triumph se armou com uma boa dose de tecnologia.
É a receita para amenizar a crise. A marca perdeu 4,4% de vendas, bem menos que o mercado geral das máquinas acima de 600 cilindradas, que recuou 18,6%. A participação da Triumph nesse segmento é de 10,5%, e deve aumentar se a fábrica vender as 200 unidades que planeja por ano – uma média de praticamente uma por mês e cada uma das 16 concessionárias.