Se o mercado nacional de sedãs médios fosse um filme, nos últimos três anos o Civic seria um ator inexpressivo que só fez algumas pontas, enquanto o Toyota Corolla seria a estrela. Com a nova geração lançada pela Honda no mês passado, o veículo ao menos já está assumindo a condição de coadjuvante.
Em setembro, considerando-se os 10 primeiros dias, pela primeira vez desde 2014 o Civic figura entre os 20 primeiros carros mais vendidos do mês no ranking da Fenabrave. Ficou exatamente na vigésima posição, com 650 unidades vendidas. Mas ainda não ameaça o Corolla, quarto colocado na lista geral nacional, com 1.735.
Em Porto Alegre, porém, a vantagem do sedã da Toyota é menor. Nos 10 primeiros dias do mês, foram 19 unidades vendidas, contra 14 do veículo da Honda.
– Já notamos o crescimento das vendas, e em parte isso ocorreu porque muitos consumidores estavam aguardando a nova versão. Para os próximos meses, a previsão é que as vendas tripliquem – analisa o gerente de marketing da concessionária Kaizen RS de Porto Alegre, Ingo Fabian.
Para ele, um grande mérito da montadora foi ter criado versões para diferentes gostos.
– São várias opções, então o veículo atinge um público maior. Quem gosta de carro mais esportivo, ou mais luxuoso, ou meio termo, tem excelentes opções – explica.
Versão da entrada, a Sport manual parte de R$ 88 mil. A Touring, mais requintada e com motor turbo, chega a R$ 125 mil. E foi justamente um Civic top o primeiro a ser vendido na concessionária no mês passado, logo no lançamento. Aposentado no ramo de móveis, Mario Gershenson, 71 anos, conta que desde 2000 opta por modelos sedã. O último foi um Civic 2013.
– Achei espetacular essa versão. O carro tem potência fantástica, é macio, silenciosos e fácil de dirigir. Veio com recursos que eu ainda estou aprendendo a lidar – conta Mario, que enaltece ainda a segurança nas ultrapassagens que o propulsor turbo, de 173 cavalos, transmite ao condutor.
Um dos recursos que agradou Mario é o assistente de ponto cego: quando o condutor vai virar à direita, ou mesmo trocar de pista, uma câmera no painel do carro mostra a visão lateral.
– Isso ajuda uma barbaridade. Se tem uma moto ou bicicleta que a gente não vê, evita um acidente. A visão é muito melhor e a gente nem precisa virar o rosto para ter certeza que a direita está livre – explica o condutor.
A função brake hold (permite que o sedã equipado com câmbio automático fique parado, inclusive nas subidas, quando o motorista tira o pé do freio) é outra elogiada por Mario, que ainda tenta se adaptar ao freio eletrônico.
– Na versão anterior, eu criticava o fato de os retrovisores (externos) não serem rebatíveis. Agora corrigiram isso – acrescenta.
Mario enaltece ainda a manutenção barata quando comparada a de sedãs importados. Perguntado sobre o que mudaria no carro, ele pensa alguns segundos:
– Design, motor e conforto interno melhoraram muito, acho que em nada erraram. O carro tem oferece mais recursos do que eu preciso. Se eu tivesse que acrescentar algo, seria o fechamento automático do porta-malas.