Está difícil de dizer o que está pior no Grêmio, se o desempenho em campo ou as entrevistas do técnico Renato Portaluppi. A campanha no Brasileirão tem, em 34 jogos e apenas uma grande atuação, a vitória sobre o Fortaleza. Claro que aquilo foi a exceção que confirma a regra. A normalidade tricolor é jogar mal. São 16 derrotas contra meras 11 vitórias. O mais incrível é que ainda há boas chances, matemáticas, de um não rebaixamento.
Paralela a estes números terríveis, está a falta total de noção de Renato, quando analisa causas e consequências do que está acontecendo. O discurso já surrado de culpar a enchente pela situação cansou. A justificativa da falta da Arena durante parte da competição está sendo desmoralizada por atuações fraquíssimas em casa, como nas derrotas para Atlético Mineiro e Criciúma ou o empate com as calças na mão diante do Juventude com 40 mil gremistas apoiando.
Culpar a imprensa, torpedeando repórteres para atingir outras pessoas, também é tática manjada, além de injusta, e que não convence a ninguém. Provavelmente nem Renato acredita no que fala. E quando ele diz que sob o seu comando "o Grêmio não cai"? Certamente é muito mais vontade do que convicção.
Há pânico entre os gremistas pela maneira como tudo acontece. Prever qualquer coisa é arriscado. Se em casa não há certeza, fora de casa não sai da memória o jogo tenebroso contra o Palmeiras em que o 1 a 0 contra foi uma dádiva, vista a atuação pequena da equipe. Só a matemática, o imponderável e uma colaboração de outros clubes manterão a incrível distância do Z-4 para os gremistas. Nada é confiável pelas bandas da Arena.