Lionel Scaloni é um vencedor antes mesmo da decisão da Copa. O técnico da Argentina, aos 44 anos, consagra um trabalho feito de discrição, humildade e talento. Colocado no cargo como interino para ser substituído a qualquer momento, ninguém apostava que chegaria sequer à Copa América de 2019, quando ficou na semifinal. Não caiu. Ao ficar, consolidou uma relação profunda com o grupo, achou uma maneira produtiva de jogar, foi campeão da América no Maracanã em 2021 e, de lá para cá, apenas fez sua equipe crescer sob todos os aspectos, e privilegiar quem precisa ser privilegiado: Lionel Messi. O reconhecimento do torcedor foi natural ao ponto de batizar e passar a se orgulhar de uma seleção, a “Scaloneta”, uma espécie de Família Scolari argentina.
Rigidez com festa
A Argentina, a festa de seus torcedores e o time comandado por Lionel Messi conquistaram definitivamente os árabes, sejam do Catar ou nações vizinhas. Por mais rígidas que sejam as normas de comportamento, especialmente para as mulheres no país, não houve como resistir aos apelos festivos e às canções. Mesmo com suas abayas e hijabs pretos, elas pintaram o rosto e até usaram colares com as cores argentinas num clima de verdadeiro carnaval.
O melhor deles
Eles passaram mais de uma década disputando espetacularmente a condição de melhor do mundo e brindando torcedores de todas as nações com repetidos espetáculos. Um dia era Messi, no outro era Cristiano Ronaldo. Foram gols, jogadas, títulos e prêmios divididos quase que em igualdade. Se havia alguma dúvida, porém, de qual era maior ou melhor, a Copa do Catar matou a questão. Embora com a marca inédita de marcar gols em cinco mundiais, o português vai aplaudir. Messi é o cara. Obrigado a ambos.
O melhor da Copa
Só uma tempestade de areia violenta ou uma chuvarada de inundar as ruas de Doha podem mudar a trifeta dos três melhores jogadores da Copa. As bolas de ouro prata e bronze já têm merecedores. A de bronze é a mais certa e deverá pertencer ao croata Modric. A decisão do ouro fica para o campo. Quem chegar na frente entre o argentino Messi e o francês Mbappé leva. Se a França, por uma zebra marroquina, cair fora da decisão, tudo já está decidido.
Amistosos em março
Embora tenha se falado que a data-Fifa de março possa marcar a abertura das eliminatórias sul-americanas, cresce a possibilidade da disputa se iniciar em junho, quando novamente haverá um período de interrupção dos certames europeus. Com isto, a CBF precisará marcar amistosos para a retomada dos trabalhos após o mundial do Catar. Para isto, porém, haverá a necessidade da formação de uma nova equipe na Seleção, desde o diretor ao novo time, passando pela comissão técnica. O fato de não ser um compromisso de competição tira peso da nova equipe de trabalho, embora não se cogite de comando interino.
Próximo destino
A Seleção será mais brasileira na retomada de trabalhos depois da perda da Copa no Catar. Uma nova empresa, ainda indefinida, gerenciará os amistosos da equipe e há o compromisso do presidente Ednaldo Rodrigues de que mais jogos acontecerão em território nacional, além dos válidos pelas eliminatórias. Belém do Pará é candidatíssima a uma partida por conta da inauguração da reforma do estádio Mangueirão. Desde o ano passado esse jogo era pleiteado e a promessa da CBF já existia.
O fim da era
A comissão técnica de Tite e companhia ainda não se desligou oficialmente da CBF, o que só acontecerá em janeiro. Entre os dias 11 e 16 haverá um encontro para o encerramento oficial do trabalho. Até lá, a entidade estará no período de férias. Vale o mesmo para Juninho Paulista e para profissionais da área administrativa. O trabalho de prestação de contas e relatórios financeiros era atualizado permanentemente em meio à Copa, já estando fechado para quem vier a ocupar os postos. Na área da comunicação, Rodrigo Paiva já havia assumido a direção-geral antes do Mundial. A equipe que trabalha diretamente com a Seleção não tem permanência definida