Uma decisão compartilhada na maioria das vezes demonstra espírito democrático e significa a soma de ideias na busca de uma solução. Em outras oportunidades se confunde com a falta de coragem de se assumir uma definição para um impasse. O Grêmio conseguiu criar a figura da oficialização do técnico interino...como interino. Está muito difícil dizer que a diretoria gremista não está confusa, perdida ou dividida. Alguns queriam Felipão para substituir Tiago Nunes, outros cogitam a estapafúrdia volta de Renato que saiu por pressão de integrantes desta mesma direção. Thiago Gomes é o técnico exposto como provisório que pode se tornar permanente.
Fazer esta verdadeira lambança às vésperas de enfrentar o poderoso Palmeiras em São Paulo e de um clássico Gre-Nal é tirar o pino da granada. Resta saber se haverá a possibilidade de atirar o artefato para longe, fazendo-o explodir na trincheira inimiga. O risco da decisão tomada é altíssimo, especialmente porque nitidamente há uma aposta num bom desempenho de Thiago Gomes sem que se esclareça o que leva os dirigentes a acreditar nisto. Se for bem, vai ficando. "Se colar, colou", como se diz popularmente. Caso haja insucesso, ninguém se responsabiliza e será reiterado que um interino estava no comando.
Para Thiago Gomes não há o que ser perdido. Ele é totalmente o inocente da história, sendo colocado numa situação de extrema pressão, mas cujos resultados não podem ser piores do que os de seu antecessor. Se o Grêmio se der bem nas duas próximas rodadas, o treinador será oficializado como um prodígio, até em função da qualificação das partidas. Caso haja insucesso, nenhuma culpa poderá ser imputada ao técnico. A julgar pelo que vem acontecendo, esta possibilidade é maior, o que confirma que a opção da diretoria é perigosíssima para o clube muito mais do que para os profissionais. Os dirigentes estão apostando em algo arriscadíssimo e que pode ter efeitos muito graves.