O futebol masculino do Brasil abre sua caminhada olímpica contra a tradicional Alemanha, mesmo país contra quem os brasileiros decidiram e ganharam a medalha de ouro em 2016. Entre as presenças ligadas ao Rio Grande do Sul, no elenco do gaúcho André Jardine, figuram dois jogadores do Grêmio, os paulistas Brenno e Matheus Henrique. Independentemente de avaliações técnicas, um registro se impõe como desafio para o jovem goleiro tricolor. Ele pode superar algo obtido por um emblema do clube nesta posição, o carismático Danrlei.
O goleiro mais vencedor da história do Grêmio ganhou tanta coisa pelo clube que poucos lembram que ele tem uma medalha olímpica. Sim, Danrlei estava presente nos chamados "Jogos do Centenário", em Atlanta 1996. Era reserva de Dida e vivia um momento mágico com a camisa tricolor, o que justificou plenamente a convocação olímpica.
O Brasil, treinado por Zagallo, montou um time raro em termos de qualidade com figuras como Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos, Dida, Bebeto e Aldair, entre outros. A justificada frustração pela não conquista do ouro colocou no esquecimento o bronze conquistado numa goleada sobre Portugal. Mas um pódio olímpico, mesmo nestas circunstâncias, é para muito poucos.
Goleiros formados na dupla Gre-Nal já haviam figurados entre medalhistas olímpicos. Assim foi com Gilmar Rinaldo e Taffarel, ambos oriundos do Inter em 1984 e 1988, respectivamente. Danrlei foi o primeiro gremista a subir ao pódio. Mais adiante, em 2008, em Pequim, outro colorado, Renan, era do grupo brasileiro medalha de bronze. Agora é a vez de Brenno tentar o ouro numa Olimpíada e com muita chance de conquistar, ainda que seja suplente de Santos.
Brenno já demonstrou muita qualidade. Solucionou uma carência após o Grêmio demorar muito a lançá-lo, ainda nos tempos de Renato Portaluppi como treinador. O jovem jogador está numa distância gigantesca do grande Danrlei para serem estabelecidas comparações. Quando foi à Olimpíada de Atlanta, por exemplo, ele já era campeão da Libertadores, da Copa do Brasil e da Recopa Sul-Americana. Era afirmado, embora polêmico nacionalmente.
Agora, o representante tricolor é mais jovem, tem 22 anos, e só possui o Gauchão como título conquistado. A obtenção do ouro olímpico, porém, lhe dá algo que o grande ídolo não teve, como não tiveram nenhum dos outros goleiros olímpicos medalhados e formados em Grêmio e Inter.