Não foi surpresa para ninguém quando o técnico Miguel Ángel Ramírez na entrevista coletiva após a goleada sobre o Olimpia rasgou elogios para Marcos Guilherme. Mesmo que o jogador não tenha brilhado na partida, mostrando mais uma vez dificuldades, embora algumas boas jogadas, como a assistência para o gol de Yuri Alberto, o treinador não podia ceder a contestações após uma goleada de 6 a 1. Ramírez foi hábil e preservou seu comandado de maneira absolutamente correta e louvável.
O apoio do técnico não foi o que de mais importante se viu para com Marcos Guilherme. A reverência de Yuri Alberto após seu gol e a comemoração dos demais companheiros em campo foram os primeiros sinais de algo que eles fizeram com intensidade nas redes sociais.
Houve um mutirão a favor do jogador, cuja tranquilidade se via abalada em função das críticas e da dificuldade em respondê-las com grandes atuações. Se não foi o craque da partida, ele estava no time que aplicou a maior goleada da história do clube numa Libertadores. Os colegas criaram um escudo, protegendo alguém fragilizado e passaram esta mensagem ao tantas vezes implacável torcedor.
O que aconteceu em relação a Marcos Guilherme deixou clara uma qualidade fundamental ainda desconhecida no grupo colorado que no campo ainda luta para evoluir tática e tecnicamente. Há união de vestiário no Beira-Rio
Se o motivo é um caráter agregador de Miguel Ángel Ramírez, uma boa administração do executivo Paulo Bracks, a liderança de jogadores como Rodrigo Dourado, o antigo capitão, ou Taison, a estrela recém-chegada e de discurso forte neste sentido.
Saber a causa do bom ambiente no Inter talvez não seja o mais importante. O que vale é que este fator pode impulsionar um time dentro de campo, reabilitar atletas e consolidar trabalhos. Marcos Guilherme, ganhando a solidariedade dos companheiros, mostrou uma virtude ainda não tão badalada neste novo elenco comandado por Ramírez.