O atacante Leó Chú foi indiscutivelmente o personagem do último Gre-Nal. O gol do garoto, a empolgação de quem entrou no final da partida e decidiu o clássico já estão na história dele e do maior confronto do futebol gaúcho. Não fosse este fato decisivo, os olhos de todos os tricolores estariam voltados para a defesa, onde outro jovem fez bonito.
Ruan já havia atuado bem na Libertadores, diante do Ayacucho, no Equador, quando a dupla com Rodrigues funcionou de maneira extremamente satisfatória. O destaque no clássico, porém, se deu porque o companheiro não repetiu a atuação contra os peruanos, e o zagueiro de 21 anos, nascido em Tramandaí, jogou pelos dois.
A justificável animação de quem viu as atuações do jovem do litoral em jogos fora do Gauchão talvez se pareça com o que se chegou a acontecer em relação a Rodrigues, quando até gol em Libertadores ele fez.
Há, porém, em relação a Ruan um sinal melhor. Ele se mostrou mais tranquilo, como se fosse muito experiente. Esta segurança que acabou ajudando a neutralizar o ataque do Inter no clássico já era destacada pelos responsáveis por sua evolução ainda nas categorias de base.
Boas atuações de jovens zagueiros, independentemente de clube, são sopros de esperança para as agremiações e para o futebol brasileiro como um todo. A carência é geral. Tite que o diga na Seleção, ao convocar nomes como Thiago Silva porque as opções novas, mesmo as que jogam na Europa, mostram-se distantes tecnicamente dos veteranos.
Para um clube como o Grêmio, que durante os últimos anos viveu momentos de total tranquilidade com a melhor dupla de zaga da história do clube, Geromel e Kannemann, projetar uma sucessão pode ser um drama em meio à escassez de talentos.
Ruan se mostra uma raridade, embora seja muito cedo para qualquer avaliação definitiva. Surgem tão poucos zagueiros de qualidade hoje em dia que, ao primeiro sinal de alguém diferente, surge a empolgação.