Renato Portaluppi foi claro, antes e depois do sorteio dos mandos de campo para as finais da Copa do Brasil, ao preferir sempre o último jogo em casa. Ele está certo. As estatísticas de todas as competições mostram uma vantagem para quem atua em seus domínios na última partida, mas esta regra está longe de ter poucas exceções e o próprio Grêmio de Renato é prova disto.
A falta do público nos jogos deixou o fator local bem menos importante, mas, mesmo com estádio vazio, ficam referências que funcionam técnica e psicologicamente sobre os atletas e demais envolvidos na disputa. O Grêmio, mesmo em tempos de normalidade, já passou por cima disso várias vezes em disputas importantes. Na própria Copa do Brasil, das cinco conquistas tricolores, duas foram obtidas na casa dos adversários, em 1997 contra o Flamengo num Maracanã estourando de gente e em 2001 diante do Corinthians no Morumbi lotado. Na Libertadores há a inversão na regra. Dos três títulos gremistas, dois foram obtidos com a final fora de casa, em 1995 contra o Nacional de Medellín e em 2017 no confronto contra o Lanús.
Talvez a origem deste desprendimento tricolor esteja no primeiro título nacional, vencido em 1981 com o inesquecível gol de Baltazar no Morumbi contra um poderosíssimo e favorito São Paulo. Na atual Copa do Brasil não há favoritismo do adversário. O Grêmio pode perfeitamente repetir sua sina de erguer taças longe de Porto Alegre através de uma experiência maior em relação ao Palmeiras que, em seus domínios, quase entregou uma vaga imperdível na Libertadores da América. Seria bom para os gremistas buscarem uma conquista jogando a final em casa, mas não tem muita diferença ambicionar o triunfo como visitante. Várias taças tricolores chegaram a Porto Alegre de avião com a delegação.