Ninguém pode garantir que o Inter terá no jovem Caio Vidal um jogador diferenciado, decisivo, valorizado ou sequer um titular absoluto. O cearense, que fez seu primeiro gol com a camisa colorada exatamente na sua terra e com muita vibração da família, passou a ser uma marca da atual passagem de Abel Braga no clube. Este é o típico caso em que há uma conjunção de fatores determinando uma ascensão abrupta e absolutamente inesperada.
O treinador precisava de um driblador com velocidade, uma vez que sua opção no grupo era o pouco efetivo Marcos Guilherme. Por informações, indicações e alguma observação, o técnico chamou em Alvorada o garoto Caio Vidal e não faz muitos rodeios para lançá-lo no time.
Diferentemente de outros, o jovem nunca se intimidou e colocou seus 19 anos a serviço de cumprir as ordens do professor. Agradou ao técnico e não decepcionou o implacável torcedor, que pouco ouvira falar de seu nome antes da busca feita por Abel.
A história da rápida afirmação ganhou em Fortaleza caráter de enredo de filme. A presença da família no hotel, a história de seu falecido pai ser fanático torcedor do grande rival do Ceará, a promessa da tia feita a São Longuinho e as rezas da mãe, dona Marinete, compuseram o cenário perfeito para o primeiro gol do jovem. Tudo isto, testemunhado e reportado por Saimon Bianchini na Rádio Gaúcha, chegou à torcida colorada que já o tinha na conta de uma prata da casa com muita disposição.
Sabe-se lá por quanto tempo e com direito a todo o tipo de oscilação, mas há um novo xodó entre os colorados, cria de Abel Braga. Tão importante quanto sua história de sacrifício, esforço e de torcida familiar, Caio Vidal representa o anseio colorado de ter um jovem feito nas categorias de base do clube, ainda que não sendo gaúcho, resolver problemas da equipe que contratações, por vezes caras, não resolvem. Até agora, a pequena amostragem foi muito boa, e a história ao seu redor, emocionante.