A busca de um centroavante pelo Grêmio para ser alternativa ou até disputar a titularidade com Diego Souza é árdua. Não há no mercado quem preencha de maneira ideal os requisitos básicos de qualidade, disponibilidade e bom preço. Assim aconteceu há 26 anos, quando uma contratação da qual pouco ou nada se esperava acabou se mostrando importantíssima na história tricolor
No primeiro semestre de 1994, o Grêmio vendeu seu centroavante titular e artilheiro Gílson, o Cabeção, para o futebol mexicano. A situação financeira tricolor obrigou o presidente Fábio Koff a fazer este negócio, mesmo que isto significasse a perda de alguém que naquele momento era insubstituível pela eficácia e por não ter no grupo alguém de características semelhantes. Começou, então, uma busca que, na maioria das vezes, esbarrou no custo. Se o cofre precisava de reforço, não haveria como tirar dele recursos para grandes contratações.
Entre tantas tentativas, uma foi efetivada, para espanto e descrença da maioria dos gremistas. O empresário João Francisco indicou, negociou e trouxe para o Grêmio o centroavante Nildo, da Caldense de Minas Gerais. Aos 28 anos, o currícilo do jogador era rico em transferências e pobre em desempenho. No Rio Grande do Sul havia passado pelo Aimoré, sem ter deixado alguma recordação marcante. Não faltaram desconfianças e críticas antecipadas. O maior argumento da diretoria era que o preço do atacante era baixíssimo, quase de graça.
A surpresa se fez logo nos primeiros jogos de um Gauchão interminável, mas especialmente na Copa do Brasil, na qual Gílson já havia jogado e feito gols. Em sete jogos de quatro fases diferentes, Nildo marcou cinco vezes, sendo dele os dois gols da classificação contra o Vasco na fase semifinal e o que garantiu o título diante do Ceará. Nunca houve um custo/benefício tão em conta na história gremista, ainda que pouco tempo depois ele viesse a romper o tendão de Aquiles, ficando sem jogar por quase um ano.
Quando o Grêmio sai em busca de Diego Churim está longe de trazer alguém como Nildo. O argentino que joga no Cerro é titular de um dos maiores clubes paraguaios e tem um preço que, embora não seja estratosférico, está longe da bagatela gasta pelo centroavante paraense de 26 anos atrás. Pensando pelo lado positivo, pior do que foram André, Felipe Vizeu e Diego Tardelli que custaram muito e não jogaram quase nada, vale a aposta.