Thiago Neves um dia foi uma convicção no Grêmio. Quando veio para o clube gaúcho, no início deste ano, era apenas um desejo do treinador. No momento da contratação, havia mais críticas ao negócio do que aprovação. A temporada de 2019 no rebaixado Cruzeiro não o recomendava tecnicamente e deixava em dúvida sua postura. Na Arena, não há queixas quanto às atitudes fora de campo, mas o desempenho mostrado nos gramados foi terrível perto do que um dia se acreditou que ele poderia entregar. A rescisão de contrato foi consequência natural e provavelmente benéfica para todos.
O risco que o Grêmio corria de ter uma cara prorrogação de contrato automática pela simples inscrição de Thiago Neves em 20 súmulas foi brecado pelo fim do compromisso. A diretoria indiretamente reconhece o equívoco cometido e age no sentido de que o erro não se perpetue. O campo e a própria torcida tricolor mostraram o caminho, mesmo que o treinador tenha defendido o jogador. Para Thiago, por certo, não haveria um futuro tranquilo no Tricolor . A saída para quem tem seu currículo pode significar a possibilidade de ainda vestir uma boa camisa, mostrar o que não vem mostrando há mais de um ano e encaminhar uma etapa final de sua carreira com a dignidade que ela merece.
Thiago Neves deixará o Grêmio sem nunca ter chegado. O clube deverá buscar uma reposição para onde já não havia ninguém. Jean Pyerre segue sem ter substituto num momento em que enfrenta uma fase irregular. Não se abre uma lacuna no elenco gremista. Apenas acaba um ponto de discussão que vinha sendo extremamente desgastante para direção e comissão técnica. Está apenas reparado um equívoco bem alertado.