Repetiu-se a história. Não houve novidade. O Grêmio de 2020 fez do Inter freguês em clássicos como há muito não se via. Já aconteceu nesta história de mais de 100 anos de clássicos de uma invencibilidade se manter em jogos que houve equilíbrio ou até que o vencedor ganhou jogos sem merecer, nos chamados "gols achados". No duelo entre Renato Portaluppi e Eduardo Coudet isto não acontece.
O Grêmio foi superior sempre no apanhado dos cinco confrontos do ano. O máximo que o Inter conseguiu foi um equilíbrio no empate em zero na Arena no início da Libertadores. Mesmo em momentos de estabilidade colorada antes dos clássicos, bastou a bola rolar e o time apresentar uma depressão técnica, como que reconhecendo que o adversário é melhor e invencível. O Gre-Nal do Beira-Rio, por mais que tenha sido trancado, reabilitou o time de Renato diante de críticas quanto à solidez do meio-campo ou até do condicionamento físico.
Eduardo Coudet está definitivamente marcado por não vencer clássicos, mesmo que dentro de poucos dias consiga uma vitória no confronto pelo Brasileirão. O que aconteceu até agora mostrou inferioridade do time e do treinador diante do maior rival, pelo menos quando se encontram.
Há nitidamente um complexo de inferioridade colorado que já custa as críticas mais ácidas de seu torcedor nesta temporada. Nunca se cogitou como agora uma troca de comando, ainda que isto não resolva os problemas que o time vem apresentando. O trauma é o Gre-Nal.
O Grêmio não vinha bem, Renato já ouvia que seu ciclo estava encerrado e houve a necessidade do presidente entrar no vestiário. Aí valeu a frase histórica do falecido colorado Íbsen Pinheiro. O Gre-Nal arrumou a casa tricolor e bagunçou muito a do Inter. Se a arrumação gremista será definitiva, o futuro dirá. O mais provável é que a turbulência colorada persista.