O jovem e bom Zé Gabriel contra o Fortaleza, mais uma vez, jogou pelo lado esquerdo da zaga colorada e teve rendimento inferior a quando atua pela direita. O torcedor, muitas vezes impiedoso, esquece que o elogiou há poucas semanas, quando assumiu com vantagem a vaga que era de Bruno Fuchs. O técnico Eduardo Coudet, de forma contrariada, justificou a razão para Matheus Jussa, jogador canhoto contratado para ser zagueiro como alternativa a Cuesta, não ter atuado ainda nesta função. Disse que falta adaptação.
O treinador não conseguiu ser convincente, pareceu querer se ver livre de uma pergunta incômoda. Menos mal que a diretoria trata de esclarecer em bom tom o que ocorre na visão do departamento de futebol. O vice Alessandro Barcelos admite que Matheus Jussa precisa de mais maturidade para ser titular , sob pena de se inviabilizar pela inexperiência na função e num clube como o Inter. Volante nos tempos de Oeste, com 24 anos, mesmo tendo jogado no Vasco há três anos, esta é a primeira oportunidade dele atuar numa equipe com tamanha responsabilidade.
Os dirigentes colorados, em primeiro lugar, reafirmam, e com razão, que do ponto de vista negocial não existe nenhuma semelhança entre a contratação de Matheus Jussa e do caro lateral Natanael. A semelhança, por enquanto, é o não aproveitamento do ex-jogador do Oeste, como aconteceu com o lateral buscado na Bulgária e agora emprestado ao Atlético-GO. Também é rechaçada a hipótese de um erro na avaliação técnica do atleta, visto que há confiança no setor de prospecção de talentos do Inter. Um aspecto detectado e que está sendo cuidado, segundo a diretoria, é a personalidade de Jussa, considerado ainda tímido e, por isto, merecedor de apoio para maturação completa, especialmente na posição para a qual foi contratado. A garantia do comando é de que todos acreditam nele e preveem para breve o que não aconteceu até agora, seu aproveitamento como zagueiro.