Muito se discutiu no Grêmio a reposição para a saída de Ramiro, ocorrida no início do ano passado. Renato Portaluppi, desde o início, fixou Alisson naquela função de meio-campo adiantado pela direita. Se o antigo titular tinha um poder de marcação e articulação que ajudava muito os volantes, o atual é mais técnico, tem velocidade e é mais afeito a ajudar o ataque.
Tanto quanto Ramiro, Alisson tem imensa dedicação. A maior prova é que se submeteu ao aprendizado de jogar pela direita, algo totalmente diferente do que fazia no Cruzeiro, onde atuava pelo lado esquerdo e mais avançado. Renato não quis perder a técnica do jogador o fazendo entrar numa concorrência com Everton, o que renderia um longo período na suplência.
Sem ser um dos prediletos da torcida, Alisson viu seu nome ser colocado como candidato a ceder a vaga para Pepê no ano passado, algo não aceito por Renato. Agora, estaria mais tranquilo, sem esta possibilidade de concorrência, não fossem contratações como as de outro Everton e Luis Fernando.
Se destacando pela persistência, Alisson viverá a chance de ser um genuíno tricampeão, caso o Grêmio confirme o título. Em 2018, mesmo reserva, entrou e marcou gols nos dois jogos finais contra o Brasil-Pel, sendo o do jogo de volta um golaço. No ano passado, já era titular da equipe bicampeã. Em 2020, a novidade tem sido as jogadas de revezamento com Pepê em que, por muitas vezes, retorna ao seu lado de origem.
Mesmo com o ataque fazendo poucos gols no Brasileirão, o movimento tem se mostrado eficiente para confundir os adversários e criar uma novidade para a difícil substituição do Cebolinha. Mantido o pé quente dos campeonatos anteriores, o trabalho para manutenção da titularidade será facilitado.