Numa situação normal, o Inter provavelmente rechaçaria a investida do futebol coreano em relação ao centroavante Gustavo. Ainda que tenha a maior parte de seus direitos vinculados ao Corinthians, Gustagol foi uma peça de reposição buscada pelos colorados no início do ano para servir de alternativa a Paolo Guerrero ou, em casos específicos, jogar ao lado do peruano. Se no ano passado havia nomes como Rafael Sobis ou o garoto Pedro Lucas para compor o elenco, agora as alternativas são escassas. Há, no entanto, a necessidade de fazer dinheiro e a impossibilidade de manter o atacante em caso de pagamento da multa rescisória.
Gustavo nem teve tempo de mostrar sua utilidade antes da parada dos jogos. Foram apenas três partidas com a camisa colorada e a imagem ainda está associada ao jogador que foi destaque da Taça São Paulo em 2014 e que brilhou no Fortaleza em 2018, sendo artilheiro do Brasil no ano e despertando o interesse corinthiano. Até prova em contrário, serve para compor o grupo do Inter.
Uma possível saída, mesmo que não signifique uma perda técnica tão sentida, significará carência numérica na posição. Outros jogadores do elenco desempenham funções ofensivas como, Marcos Guilherme e Thiago Galhardo, mas não têm o chamado "cacoete" do avante.
A solução colorada para uma eventual saída de Gustagol é tudo aquilo que os clubes não querem fazer num momento de profunda crise financeira, a ida às compras. Um novo centroavante para ser reserva de Guerrero será uma necessidade, agravada pelo fato de que o calendário, normalmente apertado, deverá ficar ainda mais problemático na retomada dos campeonatos. É consenso de que o titular absoluto do ataque colorado, com seus 36 anos não resistirá a uma sequência absurda de jogos, como se avizinha para o final do ano, se a pandemia permitir. Ainda que praticamente sem ter jogado, Gustavo é muito importante no grupo e sua eventual saída exigirá providências da direção.