Num ambiente repleto de fãs, merecendo aplausos em diversos momentos da entrevista e falando dos mais variados temas, D'Alessandro foi a atração de novembro do Cardápio do Zé. Durante mais de uma hora, conversei com o meia colorado no Gaúcha Sports Bar. Entre as recordações, estiveram a seleção argentina campeã mundial sub-20 em 2001, a passagem pelo futebol europeu , grandes momentos no Inter e até as decepções do futebol. Nas realizações, figuram a busca da cidadania brasileira, o ambiente familiar e a promoção de mais um Lance de Craque, jogo beneficente que ocorrerá no dia 21 de dezembro.
Aos 38 anos, D'Alessandro se sente muito à vontade para abordar os assuntos propostos. De sua juventude no futebol, lamenta até hoje a Copa América perdida pela Argentina para o Brasil em 2004. Ele garante que naquele momento ficou com um ressentimento dos brasileiros, algo que em seguida se dissipou pela admiração que tinha, e tem, pelo futebol do Brasil, coisa herdada de seu pai.
Não faltaram as declarações de amor pelo Inter e por Porto Alegre. Sobre a capital gaúcha, diz que é a cidade que o acolheu e em que seus filhos se sentem bem. E afasta uma ideia de sair do Rio Grande do Sul. Ele lembra que os dois mais velhos tiveram grandes dificuldades para se adaptarem a Buenos Aires em 2016. Além disso, há o pequeno Gonzalo, nascido no Brasil. Neste contexto, diz que "ainda tem a dar ao futebol e ao Inter", indicando que uma renovação de contrato por um ano deve acontecer em breve.
Durante o evento, um momento de emoção coletiva com D'Alessandro sendo apresentado ao cabeleireiro Nei Oliveira, que por 40 anos comandou jogos beneficentes do Trianon nas férias dos atletas no Rio Grande do Sul. O meia se assumiu como um continuador da obra de Nei com seu Lance de Craque, que vai para sua sexta edição. Para o jogo deste ano, já está confirmada a presença do técnico Eduardo Coudet, futuro treinador do Inter, entre outras atrações.
Sobre Coudet, o jogador admite que poderá ser um apoio ao seu amigo, além de colaborar dentro de campo. Se vê, pela amizade, como "o jogador a ser mais cobrado" pelo novo comandante, mas tece muitos elogios ao ex-companheiro de River Plate.
Outros temas tratados por D'Alessandro são a naturalização como brasileiro, algo muito próximo, a derrota para o Mazembe em 2010 como sua maior decepção no Inter, os motivos para a falta de títulos da Argentina e o relacionamento respeitoso com a torcida do Grêmio. Seu momento de consagração foi ao final do programa, quando a plateia, praticamente composta só de colorados, de pé, gritou "Fica, D'Alessandro". Ele, emocionado e agradecido se limitou a brincar:
— Querem me fazer chorar, né? Hoje não vou chorar. Muito obrigado
Confira a íntegra da entrevista com D'Alessandro no Cardápio do Zé.