A entrada de Allan no lugar de Arthur no último domingo (9), contra Honduras no Beira-Rio, soava como teste e se encerrou aparentemente como confirmação. A goleada de 7 a 0 avalizava a presença do volante do Napoli para uma eventual substituição do titular. A necessidade veio, mas o treinador colocou Fernandinho no último treino antes da estreia na Copa América e assim deverá ser no jogo.
Não se discute a qualidade de Fernandinho. Titular absoluto e homem de confiança de Pep Guardiola no Manchester City, viveu sua carreira de situações de titularidade e confiança dos comandantes. Ele é um encantador de técnicos, seja pela qualidade, pela disciplina tática, pela inteligência para jogar, por sua postura dentro e fora de campo. Ele é tudo o que Mano Menezes, Dunga, Felipão e Tite gostariam de ter e tiveram em seus grupos na Seleção Brasileira. Há, porém, uma defasagem de desempenho do jogador entre clubes e Seleção.
Pode ser simplismo e até crueldade lembrar que Fernandinho estava no 7 a 1 da Alemanha de 2014 ou que fez gol-contra no jogo contra a Bélgica em 2018. Mas ele estava no Mineirão e marcou para os belgas em Kazan. A verdade nos dois mundiais é que estas infelicidades não estiveram isoladas na campanha de Fernandinho. Mesmo sem ser titular, quando entrou, não jogou como nos clubes.
Em tempo de renovação sem perder qualidade, Tite já optou por Fernandinho em detrimento de Fabinho, campeão da Liga dos Campeões pelo Liverpool e agora deve barrar Allan para a estreia contra a Bolívia. Por mais que o escolhido seja de confiança, ame jogar na Seleção – é um exemplo –ou signifique experiência, não haverá uma vantagem absurda com a escolha. Fica a torcida por uma boa atuação para o torcedor não ter a escalação do volante como provocação ou proteção a quem o treinador não deve nada.