A derrota para a Universidad Católica, na quinta-feira (4), e a situação delicada na Libertadores em pouco, ou quase nada, alteram o favoritismo do Grêmio para a semifinal do Gauchão contra o São Luiz no próximo domingo (7). Mesmo que o empate na partida não elimine o time de Ijuí e até possa classificá-lo, desde que haja gols, o desempenho tricolor no campeonato e o fator local são vantagens importantes para o time de Renato Portaluppi.
Ainda que haja resquício do insucesso na competição continental, os gremistas estão diante da necessidade de recuperação técnica até para criar ambiente positivo para o confronto com o Rosario Central, na semana que vem. Será, quem sabe, a hora da colocação definitiva dos garotos Matheus Henrique e Jean Pyerre, esboçando mudanças mais duradouras na equipe que tem campanha invicta na competição.
Ao São Luiz, caberá segurar o ímpeto do Grêmio, tentar aproveitar algum sinal de nervosismo e se inspirar em uma façanha que o próprio clube teve há 28 anos, quando eliminou o Tricolor da final da antiga Taça Governador do Estado jogando no Estádio Olímpico.
A situação era bem distinta do que acontece hoje, mas é lembrada a todo momento pelos ijuienses, que consideram o feito um dos maiores da história do São Luiz.
O clube tinha aquele que é considerado o melhor time de sua história. Treinado por Cassiá Carpes, menos de um mês antes, havia empatado em 0 a 0 com a Seleção Brasileira num jogo-treino. O Grêmio, ao contrário, vivia o trauma de ter sido rebaixado no Brasileirão e tinha dificuldade em recompor seu time. Valdir Espinosa havia sido contratado para treiná-lo.
No dia 22 de julho de 1991, na última rodada do quadrangular semifinal da Taça Governador, equivalente ao primeiro turno do Gauchão, o São Luiz chegou ao Olímpico precisando de um empate simples para chegar à decisão contra o Inter. O Grêmio, mesmo em desvantagem e com uma campanha apenas regular, era o favorito. No campo, a superioridade foi do time de Cassiá e, ainda no primeiro tempo, o atacante Edmundo fez o único gol do jogo — um gol que não deu título algum ao clube, mas que é lembrado até hoje.
Confira a ficha técnica do jogo de 1991.
QUADRANDULAR SEMIFINAL — TAÇA DO GOVERNADOR — GAUCHÃO — 22/7/1991
GRÊMIO (0)
Sidmar; Chiquinho, Vílson, Luciano e Lélis (Pino); Norberto (Mabília), Donizete, Caio e Darci; Alcindo e Júnior.
Técnico: Valdir Espinosa
SÃO LUIZ (1)
Jânio; Polaco, Caçula, Newmar e Kiko; João Luiz, Negrine e Betinho (Nélson); Ciro, Café e Edmundo (Solis).
Técnico: Cassiá Carpes
Local: Olímpico, Porto Alegre
Árbitro: Jorge Schaefer
Gol: Edmundo (S), aos 34 minutos do primeiro tempo