O título antecipado do grupo A da Libertadores já pode ser considerado uma conquista do Inter. Quando do sorteio das chaves, no final do ano passado, muitas dúvidas surgiram em relação ao destino colorado nesta fase, até porque havia uma ameaça da presença do São Paulo, o que não se confirmou. O time acumulou até agora resultados exemplares e só perdeu pontos no empate com o River Plate, atual campeão. Isso não significa, porém, desempenhos irreparáveis. Há, contudo, uma característica que, desde a chegada de Odair Hellmann se tornou fundamental: a equipe não se entrega.
Por mais que o técnico não aceite que tenha havido dificuldades no desenvolvimento dos jogos, com intensidade por vezes irregular, aproveitamento baixo quando criadas muitas chances de gol ou fragilidade no meio-campo quando não conta com Rodrigo Dourado, estes aspectos existem. Está na hora de Odair dizer sem nenhum pudor que a diferença do atual para outros tempos colorados é que não há mais situações perdidas dentro de campo, sejam jogadas ou escores.
A dedicação e o comprometimento dos jogadores estão garantindo campanhas até certo ponto surpreendentes no Brasileirão de 2018 e na atual Libertadores. Recomposição e entrega são constantes até para jogadores que não tinham estas como principais características. Não é ofensa considerar o Inter "pragmático". Não há complexidade tática na equipe. Há objetividade filosófica e uma inconformidade saudável com os obstáculos. O Inter está peleando a cada lance. Por mais que não seja um jogo bonito, se mostra indiscutivelmente eficiente.
Em Lima, contra o Alianza, o que se viu foi uma dominação plena, mais posse de bola, muitas chances de gol, mas falta de efetividade. Como saiu o gol? Na base da insistência, com uma jogada trabalhada em treinos. O Inter de Odair é insistente e precisa ser assim. Os resultados mostram isto. O desempenho, todavia, recomenda ajustes.