Na rua onde moro existe um lava a jato muito antigo e tradicional. Levo meu carro lá, mas só quando a situação se torna insuportável. Parto do pressuposto de que se não lavo a minha casa por fora, não será o meu carro que vou lavar. Que a chuva faça o que deve ser feito. Durante os momentos mais agudos da enchente, quando faltava água nas torneiras de boa parte da cidade, a lavagem não parou. Minha primeira sensação foi de alegria por ver pessoas trabalhando enquanto tanta gente não conseguia sequer se mover. Depois, veio a indignação. Era um absurdo, naquele momento, desperdiçar água. Porque nesse lugar, o lava a jato é lava a jato mesmo. Mangueira larga e com grande pressão.
Lições da enchente
Opinião
Julgamentos apressados
A natureza nos mostra que a fronteira entre competição e cooperação é volátil e, muitas vezes, inexistente
Tulio Milman
Enviar email