O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anda sofrendo de um novo mal: nervosismo seletivo. É a única justificativa para sua recente declaração sobre a guerra da Ucrânia, na qual já morreram dezenas de milhares de pessoas, entre elas, mulheres e crianças. Durante a visita ao Brasil do presidente da França, Emmanuel Macron, Lula disparou: “Estou a tantos mil quilômetros da Ucrânia que não sou obrigado a ter o mesmo nervosismo que tem o povo francês, alemão e europeu”. O Brasil, realmente, está longe da Ucrânia – cerca de 10,5 mil quilômetros. É a mesma distância que separa o Palácio do Planalto da Faixa de Gaza, onde o Hamas iniciou uma guerra, esconde armas em hospitais, usa a população civil como escudo e mantém mais de cem reféns desde o ano passado, depois de invadir Israel e assassinar todo mundo que encontrou pela frente – 1,2 mil pessoas. Lula ficou nervoso. O que fez? Absurdamente, comparou a reação de Israel ao Holocausto. Evocou um humanismo retórico para, exaltado, acusar o agredido, sem usar um tom sequer parecido com os terroristas agressores, de quem recebeu congratulações.
Nervosismo seletivo
Opinião
Gatilhos presidenciais
Fica claro, pelas respostas e pelos silêncios do presidente brasileiro, que os gatilhos do seu nervosismo nada têm a ver com distância
Tulio Milman
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