O evento acabou, muita coisa já foi dita. O South Summit, na sua mais recente edição, chegou a um ponto de maturidade. Organização, conteúdos, fluxos, serviços, mobilidade: tudo melhorou. Mais uma vez, fui convidado a atuar como mestre de cerimônias de um dos palcos, o Demo. Basicamente, fiz a costura entre os painéis e palestras, apresentando os temas e os convidados, para depois interrompê-los, da forma mais suave possível, quando o tempo se esgotava.
Trabalhei com um time altamente motivado, que uniu foco no resultado com camaradagem e respeito. Consegui prestar atenção em muitas das palestras. Transcrevo, a seguir, a expressão mais pronunciada nos três dias: inteligência artificial. Estamos no exato momento em que seu uso é irreversível e suas consequências imprevisíveis. É um terreno fértil para palpites, projeções, análises e chutes de todos os tipos. Faz parte do processo. Inovação é erro que leva ao acerto.
De fato, comecei este texto com a intenção de comentar um aspecto que, em 2024, me chamou ainda mais atenção. Como integrante da equipe, eu tinha a opção de entrar pelos bastidores, a parte do evento invisível a milhares de participantes. Foi ali que confirmei um dos efeitos mais poderosos do South Summit: o orgulho que as pessoas têm de trabalhar nele. Era visível, pela postura corporal, pelas palavras e pelos gestos de todos os que encontrei pelo caminho.
Do segurança ao faxineiro, do garçom ao motorista de ambulância. A autoestima de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul fica fortalecida, a exemplo do que aconteceu na Copa do Mundo. Por isso, defendo os investimentos em grandes eventos, porque eles movimentam a economia, geram renda e empregos, mas, acima de tudo, pelo legado intangível que conversa com a alegria das pessoas e com o fortalecimento das marcas envolvidas, sejam elas de uma cidade, de um governo ou de uma empresa.
Ouvi de um conhecido que encontrei pelo caminho, entre um café e outro no estande do BRDE – aliás, o melhor café do evento: “Isso nem parece Porto Alegre”, afirmou. Entendi o que ele quis dizer, por se tratar de um cenário cosmopolita e pulsante, não tão comum nesse sul de mundo abençoado. Mas, rindo, contra-ataquei. “Isso parece Porto Alegre. A pasmaceira, o caranguejismo e o ranço bravateiro é que não parecem”. E o melhor de tudo é que em 2025 tem mais.