Escrevi outro dia sobre as chances de vitória de Sergio Moro na eleição. Se ele fizer uma campanha correta, poderá ser percebido como o verdadeiro candidato antissistema. É odiado pelo partidos, botou políticos de várias siglas na cadeia, tem fortes resistências no STF e é abominado pelos bolsonaristas. Mas é justamente por isso que não conseguiria governar. Se sair vitorioso das urnas, a primeira coisa que precisará fazer é negociar com o Congresso, onde seus amigos podem ser contados nos dedos de duas mãos.
Lula caiu no pântano dos 300 picaretas, que viraram 300 aliados. Jair Bolsonaro repete a receita, entregando os anéis e os dedos para o Centrão.
A opção de governabilidade para Moro presidente não seria enfrentar o sistema, como fez na Lava-Jato, mas sim explodi-lo. Radical demais? É mais ou menos isso que boa parte da população brasileira esperava que Bolsonaro fizesse.