Se você quiser realmente entender uma pessoa, é preciso compreender essas quatro dimensões:
- O que ela diz.
- O que ela faz.
- O que ela pensa.
- O que ela sente.
O “mapa da empatia” pode ser útil em várias circunstâncias, das relações amorosas aos cursos para vendedores ávidos por melhores desempenhos. Não é difícil aplicá-lo à mais reveladora, importante e estrondosa frase dita pelo presidente Jair Bolsonaro desde que se elegeu: “Só vejo três opções de futuro para mim: a cadeia, a morte ou a vitória em 2022”.
- Isso é o que ele diz.
- O que ele faz: cria situações de conflito e autodestrutivas que o aproximam da profecia.
- O que ele pensa: que ao dizer isso, chega mais perto da vitória.
- O que ele sente: que é uma espécie de porta-voz insubstituível das causas mais importantes do país e que, por isso, está sendo perseguido por um complô que une comunistas, imprensa, judiciário e o resto do mundo que não o reconhece como mártir e messias.
Obviamente, as afirmações acima têm muito de análise e opinião e, por isso, não são à prova de questionamentos. Sempre afirmei, porém, que se há algo de que Bolsonaro não pode ser acusado é de incoerência. Ele sempre foi o que é hoje: movido pelo antagonismo e pela polarização.
Por isso, inexiste qualquer indício, por menor que seja, de que Bolsonaro não acredite fielmente na frase que repetiu em São Paulo dia 7, depois de pronunciá-la alguns dias antes, em Goiânia. Cadeia, morte ou vitória. São esses três, inconciliáveis entre si, e só eles, que o presidente do Brasil enxerga para seu futuro próximo, com o aplauso dos seus milhões de seguidores.