É verdade que houve uma invasão dos sistemas informatizados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018. Ficamos sabendo em 2018, pelo próprio Tribunal Superior Eleitoral, que veio a público contar o que havia ocorrido. Conversei ontem com um dos maiores especialistas em urnas eletrônicas do país. Ele está preocupado. Não com a segurança ou com a confiabilidade da votação e da apuração, mas com o clima político hostil criado por uma disputa inconsequente e nada patriótica pelo poder.
O especialista relembrou, com detalhes, o que aconteceu há três anos. Tecnicamente, se torna complexo. Nesses casos, a desinformação leva vantagem. Por que basta preparar o terreno com bravatas e paranoias para depois jogar o fósforo no “não funciona, tem fraude”. As chamas se alastram rapidamente.
Sintetizando a síntese , a invasão ao sistema do TSE pode ser comparada a uma situação, infelizmente, bem cotidiana. Os ladrões arrombaram o portão do prédio, mas não chegaram ao cofre do apartamento no 35º andar onde os objetos de real valor estão guardados. Há mais mecanismos de segurança no sistema eleitoral do que os arautos do caos tentam fazer parecer.
Todas as instituições importantes do mundo, inclusive a Presidência da República – do Brasil e dos Estados Unidos – são alvos de ataques cibernéticos. Isso não as torna inconfiáveis.
É preciso trabalhar pela melhora do sistema. Mas não é isso o que acontece hoje no Brasil. Se evoluir fosse mesmo o objetivo, teríamos os protagonista da briga sentados ao redor de uma mesma mesa, conversando e buscando caminhos para realmente fortalecer a democracia.