Mais uma vez, o que se vê em Brasília é uma reforma ministerial inspirada unicamente pelo desejo de acomodar e ampliar a base de apoio político do presidente. Eficiência da gestão? Melhores serviços à sociedade? Bobagem. Isso é conversa de campanha eleitoral.
A fórmula bolsonarista é surrada. Eficaz no curto prazo, mas cheia de efeitos colaterais extremamente perigosos.
A receita: mais ministérios e mais poder para quem o presidente, na campanha, prometeu combater.
Os prejuízos: vide Lula, que chamava isso de manutenção da governabilidade. Se abraçou nas velhas raposas do Congresso e, de súbito, os “300 picaretas” viraram “300 melhores amigos para sempre”.
Deu no que deu. Garantiu os votos que precisava. E, depois, passou uma temporada na cadeia.
Bolsonaro envereda exatamente pelo mesmo caminho. Não aprendeu que o Centrão é um pântano sem saída. Ou aprendeu, mas acha, assim como Lula, que seu carisma, força, aura de mito e outras fantasias são mais fortes que um sistema especializado em cooptar, usar e depois expelir políticos onipotentes.