O modelo de bandeiras, inovador e que serviu de inspiração para o Brasil, está sendo aposentado. Parou de funcionar porque ficou complicado demais. Travas, cogestões, gatilhos, exceções, equações e índices que, juntos, se transformaram em um monstrengo, mal explicado e sem adesão.
Agora, o governador Eduardo Leite anuncia um novo jeito de administrar os cuidados contra a covid-19. Mudar é bom, desde que a mudança seja para melhor. Para isso, é fundamental que o Piratini e os prefeitos adotem uma linha unificada de comunicação. Ela deve ser simples e direta, explicando à população, de um jeito claro, cinco pontos:
- O que pode?
- Por que pode?
- O que não pode?
- Por que não pode?
- O que acontece com quem não cumprir as regras?
Se as explicações levarem mais de 10 minutos, serão explicações ruins. A língua dos políticos, dos técnicos e dos especialistas precisa ser traduzida, para que a população compreenda e, com isso, possa aderir.
Transportando o exemplo para um mundo mais corriqueiro, o do futebol: o treinador pode ter o melhor esquema do mundo, mas se o vestiário não comprar a ideia, de nada adianta. E para comprar, é preciso que o treinador fale a língua do seu plantel.
Isso também vale na direção aposta: um esquema ruim, bem vendido aos jogadores, tem mais chance de dar certo de que um bom esquema, mas incompreendido. E, a esta altura, o empate não é mais um bom resultado.