De acordo com a lei e com a ética, a Justiça não combina julgamentos antes de eles acontecerem. Homens públicos experientes deveriam saber disso. Magistrados podem e devem ouvir os argumentos das partes, sempre de forma equilibrada e transparente. Mas a decisão tem hora, local e rito para se tornar pública.
Portanto, nesse contexto atual, qualquer iniciativa de volta às aulas presenciais só deveria ser definida depois de uma manifestação inicial do Judiciário, sempre provocado para poder agir. Importante ressaltar: o juiz, quando responde a uma dúvida legal, foi perguntado por alguém. Cada um no seu papel: os governos administram e fazem a gestão. A Justiça se pronuncia sobre a legalidade desses atos.
Vivemos tempos complexos, em que indefinições são inevitáveis. Depois de cobrir o Judiciário gaúcho por quase 30 anos, posso afirmar: ninguém vai ganhar no grito, embora pressões e opiniões sejam legítimas e necessárias.
É preciso compreender o tempo e a função de cada parte. Porque aos olhos da população, confusa no meio da queda de braços, fica se sensação de que o sistema bate cabeças e não funciona, justamente na educação, uma área definida por todos, pelo menos no discurso, como prioritária.