A decisão de melhorar o transporte púbico de Porto Alegre passa, na visão da prefeitura, pelo futuro da Carris. Privatizar a empresa pública é o sonho de Sebastião Melo e de boa parte de seus apoiadores. Mas esse desejo esbarra na realidade, traduzida em duas perguntas:
Quem pagaria pela Carris? Quanto estaria disposto a pagar?
Uma leitura rápida da realidade permite afirmar que ambas as respostas seriam pouco animadoras. O sistema de ônibus da Capital está à beira de um colapso, os custos da Carris são altos e a empresa precisa de polpudos aportes do caixa municipal para se manter respirando.
Por isso, caso a privatização em bloco não funcione, Sebastião Melo pode trabalhar com outras opções. Uma delas é privatizar algumas fatias, como as linhas superavitárias e o terreno, que apesar da avaliação inicial de R$ 36 milhões, deve ter um valor menor, pela provável contaminação ocasionada pelos tanques de combustível.
Há outros caminhos, mas tudo irá depender das conversas do prefeito com sua base de apoio e com a sociedade mais ampla. Antes disso, não haverá definição sobre o modelo a ser proposto à Câmara Municipal, onde Melo precisaria, pelos cálculos preliminares da gestão, de maioria simples para aprovar a proposta.
O fato é que o caminho é longo e envolverá, com certeza, debates acalorados e ações na Justiça, instância na qual desaguam todos os grandes temas nacionais.