Escolas municipais de Porto Alegre terão um "Big Brother" que não manda para o paredão e nem elimina ninguém. Ao contrário: a vigilância do bem ajudará a manter os alunos, professores e funcionários protegidos contra a covid-19.
Desenvolvido com tecnologia própria pela Procempa, o "Olho Mágico" usa câmeras e programas de computador para detectar pessoas sem máscara no ambiente. Quando isso acontecer, um aviso será disparado ao setor responsável da escola, que enviará um colaborador ao encontro de quem se descuidou para lembrá-lo da importância do uso da proteção.
A Escola Emílio Meyer, no bairro Medianeira, será a primeira a contar com o novo aliado, que será instalado em três locais de grande circulação de pessoas.
Um ponto merecedor de destaque é o papel da Procempa, que desenvolveu a tecnologia por iniciativa dos seus técnicos. De acordo com o livro O Dilema da Inovação, de Clayton Christensen, boa parte dos avanços é feita de forma espontânea, com recursos "fora da prateleira", sem que haja um projeto formal aprovado pela alta gestão. Cada vez mais, é importante que as organizações, públicas ou privadas, abram espaço para a criatividade não submetida à hierarquia e aos processos convencionais.
Para a presidente da Procempa, Letícia Batistela, "a ideia é usar a tecnologia a favor da escola e da segurança da comunidade". Já a secretária municipal da Educação, Janaina Audino, considera que "iniciativas como essa nos mostram que temos um cenário realmente favorável a um retorno seguro".