Depois de demitir o general Eduardo Pazuello, o capitão Jair Bolsonaro fez uma das revelações mais bombásticas da sua gestão. Tentando elogiar o ex-auxiliar, o presidente ressaltou o excelente trabalho realizado. Explicou que foi implementada uma “assepsia” no Ministério da Saúde, deixando bem claro que ações enérgicas e eficazes foram tomadas contra a corrupção em das mais áreas mais importantes e mais irrigadas por recursos em Brasília.
Se esse foi o grande legado de Pazuello, trata-se de uma missão praticamente secreta. Ficam mais perguntas do que respostas:
— Que assepsia foi essa?
— Em que áreas?
— Alguém foi preso ou denunciado?
— Quanto dinheiro e por quem foi desviado?
— Por que não se deu publicidade à faxina?
Algumas alternativas podem ser ventiladas. Uma, é que a faxina não foi tão grande assim. Outra, que a “assepsia” foi feita sem expor publicamente nomes apadrinhados por políticos, com os quais não é bom comprar brigas no Congresso.
É estranho que Jair Bolsonaro não tenha, ao seu melhor estilo, apontado nomes e valores desse escândalo que jura ter descoberto. E combatido. Ainda mais se a culpa é, como sempre, do PT ou da conspiração secreta de governadores. Vou além: se uma assepsia tão sensacional foi mesma feita, é direito da opinião pública conhecê-la, nos mínimos detalhes.