O jornalista Caio Cigana colabora com o colunista Tulio Milman, titular deste espaço
A crise no setor de transporte urbano de passageiros está longe de ser uma exclusividade de Porto Alegre. É um problema generalizado no país.
O tamanho das perdas aparece em um recente relatório da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). De acordo com a entidade, a redução do número de passageiros, aliada a outros fatores, gerou um prejuízo acumulado de R$ 9,5 bilhões de 16 de março a 31 de dezembro do ano passado. O levantamento inclui companhias que operam em capitais, regiões metropolitanas e outras cidades de grande, médio e pequeno porte.
Com as medidas para frear os contágios pelo coronavírus, o ano terminou com 61% da demanda usual, conforme a entidade. A quantidade de viagens realizadas por passageiros chegou a cair 80% nas primeiras semanas da crise sanitária no país. Em dezembro, a redução média observada foi de 39,1%. O ajuste na oferta de frota foi insuficiente para compensar as perdas de receita. O presidente da entidade, Otávio Cunha, avalia que o problema continuará “enquanto a tarifa paga pelo passageiro for a única fonte de financiamento do serviço na maior parte das cidades”.
O estudo da NTU indica que, em Porto Alegre, a redução da demanda chegou a 50% em dezembro, enquanto a oferta de transporte era 52% menor. No caso da Região Metropolitana, os recuos foram de 45% e 35%, respectivamente.
Os número mostram ainda a perda de 61,4 mil postos de trabalho entre janeiro e novembro no país.