O jornalista Caio Cigana colabora com o colunista Tulio Milman, titular deste espaço
Ritmo acelerado no hospital veterinário do Gramadozoo. Em janeiro, até a última quinta-feira (28), recebeu 24 animais da fauna silvestre para atendimento emergencial. Quase um por dia. Os bichos são encaminhados pelo Setor de Fauna (Sefau) da Secretaria do Meio Ambiente do Estado. No ano passado, de agosto a dezembro, foram 58 animais.
Dos exemplares tratados no zoo de Gramado no período de cinco meses em 2020, somente 14 foram devolvidos ao ambiente natural. Dois passaram ao plantel do zoológico e cinco devem ser encaminhados para outras instituições. Mas a maioria, 37, não resistiu.
— Nem sempre conseguimos vitórias, mas não desistimos de lutar pela conservação — diz a bióloga Tatiane Nunes, responsável técnica do Gramadozoo.
A maior parte dos animais recebidos é de filhotes órfãos ou aves que caem do ninho. O movimento fica maior agora, por ser período de reprodução. Mas também é comum a chegada de animais atropelados, vítimas de tiros e descargas elétricas. Fica mais difícil salvar e reencaminhar para a natureza quando estão muito debilitados ou são recém nascidos. O Gramadozoo não conta com verba pública para o acolhimento. O custo é do parque, que também sofreu com as medidas restritivas ligadas ao controle da pandemia. Um recado importante: o zoo só recebe animais encaminhados com autorização do Sefau.