O atraso no anúncio do secretariado de Sebastião Melo tem um motivo específico, mas pouco comentado. Está difícil atrair alguns dos nomes pretendidos porque o salário é inferior aos rendimentos ganhos nas atividades que desempenham atualmente. Um secretário da Capital recebe cerca de R$ 10 mil líquidos por mês. Isso é menos, por exemplo, do que ganha um vereador. Por mais que tenham vontade de colaborar, alguns dos sondados não querem, compreensivelmente, baixar seu nível de vida, mesmo que R$ 10 mil seja um salário bom para a realidade brasileira.
Diante desse quadro, as opções vão ficando mais restritas. Servidores concursados, aposentados ou jovens em começo de carreira podem surgir como excelentes indicações e seriam nomes naturais para várias das posições da equipe. Mas existe um segmento, o de profissionais de renome e com representatividade em seus setores, que fica inacessível. Há também a possibilidade de buscar servidores federais cedidos, mas isso implicaria no ressarcimento por parte da prefeitura ao órgão de origem.
O fato que é a transição está atrasada. A dezesseis dias da posse e com Natal e Ano Novo no caminho, Sebastião Melo ainda não conseguiu fechar o quebra-cabeças dos apoios políticos e da eficiência buscada no primeiro escalão.