Pelo menos três redes de tevê norte-americanas cortaram no meio a declaração do presidente Donald Trump na qual reclamava de fraude na eleição.
Foi um gesto equivocado.
Uma vez que decidiram transmitir o monólogo, deveriam ter ido até o fim. Primeiro porque, gostemos dele ou não, quem falava era o presidente da Nação, eleito democraticamente. Segundo, porque se fossem para tirar do ar todas as mentiras transmitidas em rede nacional, haveria dezenas, centenas de cortes a fazer.
A defesa da liberdade de expressão é um exercício penoso, mas necessário. Dois caminhos poderiam ter ser sido adotados, uma vez que todos sabiam qual seria o teor da fala de Trump: não transmiti-la ou fazer o que fez a CNN: transmiti-la até o fim e depois desmanchar, com argumentos e fatos, as lorotas mal intencionados de Trump. Ao que tudo indica, a decisão de cortar no ar a fala do presidente foi tomada antes e isso torna a censura ainda mais grave.
Liberdade de expressão vale para os amigos, mas principalmente para os adversários e para quem pensa diferente. Sem isso, é qualquer coisa, menos liberdade.