Seis meses depois da pandemia chegar ao Brasil, se consolida uma mudança de eixo da tomada de decisão dos gestores públicos no Rio Grande do Sul. A palavra dos médicos especialistas perdeu força e a de outros atores, como agentes econômicos e políticos, ganhou. Nesse novo contexto, a decisão de autorizar a volta às aulas é um exemplo emblemático do novo equilíbrio no embate de forças.
Em março, os epidemiologistas e os infectologistas eram as vozes mais ouvidas e, com certeza, suas recomendações evitaram que o Estado mergulhasse no caos, seja em Porto Alegre ou no Interior. Agora, gradativamente, vão perdendo relevância no entorno do governador Eduardo Leite e do prefeito Nelson Marchezan.
Ainda é cedo para medir os resultados dessa mudança no círculo de influência do poder. Mas eles virão, seja para o bem ou para o mal.