Se fosse pelo número de normas relativas à covid-19 em vigor no Brasil e no RS, já estaríamos livres da doença. Um levantamento realizado com o site leismunicipais.com.br revelou que municípios e estados brasileiros aprovaram e publicaram, desde março, 10 mil leis e decretos – 9,45 mil municipais e 545 estaduais. O mesmo estudo revela que o Rio Grande do Sul é o recordista, com 3,6 mil novas regras vigentes, seiscentas a mais do que Santa Catarina, que ocupa a segunda posição do ranking. São Paulo tem 959.
A questão não é apenas a quantidade, mas a natureza das iniciativas. Boa parte delas é lógica e necessária, mas abundam as medidas demagógicas e inexequíveis em todo o país. Uma delas, em Mina Gerais, obriga a "instalação de túneis de quaternários de amônio em órgãos públicos de todo o Estado, shoppings, hospitais, mercados e empresas com mais de 50 colaboradores". Não há qualquer comprovação sobre a eficácia desse equipamento, de acordo com a própria Anvisa.
No Rio Grande do Sul, o cipoal normativo cria desafios de gestão e custos extras para empresas que já sofrem com a retração da economia – da exigência de tapetes de desinfecção para os pés em um município à obrigatoriedade de medição de temperatura dos clientes em outros, passando pela necessidade de treinamento de colaboradores e de fornecedores, com assinatura de presença, em uma cidade do Interior.