Esse rigor todo exigido das lojas, tantos das abertas quanto das fechadas, só fará sentido se as prefeituras fiscalizarem com o mesmo ímpeto o uso de máscaras pela população. Caso contrário, o argumento de que é preciso fazer tudo em nome da vida cai por terra. Mais do que isso: abrem-se brechas para a contestação das medidas.
Não é razoável que um empreendedor, que gera renda e emprego, tenha de sacrificar seus pontos de venda enquanto milhares de pessoas transitam por locais públicos de Porto Alegre sem respeitar as regras de proteção individuais e coletivas.
Cada um é tão responsável quanto a loja, o supermercado, o banco, a academia, padaria, o açougue e o salão de beleza – faturem eles muito ou pouco. Fechar alguns, como se só dependesse deles o achatamento da curva, e esquecer o indivíduo, é ineficaz e injusto. Vou além: se a conscientização não funciona, é preciso repensar a gestão de consequência, seja através de multa, notificação ou advertência, como fazem algumas cidades. Sem isso, continuaremos a ver as lojas fechadas, os discursos inflamados e os números da doença crescendo.