Estamos todos preocupados. E com razão. Uma doença causada por um vírus novo e que mata tanta gente, deixa o planeta em sobressalto.
Ocorre então um efeito colateral nefasto para um modelo que privilegia produção, circulação e consumo. Caem as previsões do PIB, empregos se perdem e, além do vírus, a pobreza passa a ser uma ameaça real. Nada disso é bom, mas não impede uma reflexão sobre um aspecto paradoxal do fenômeno.
Quando a economia desacelera, usamos menos combustíveis fósseis, menos insumos naturais, menos água e menos ar. Enquanto a humanidade sofre, o planeta respira um pouco mais aliviado, literalmente. Menos desmatamento, menos fumaça, menos esgoto industrial, menos lixo. E menos doenças. Insistimos em fatiar e isolar para tentar entender, mas, no fim, tudo é mesmo uma coisa só.