Em meio à explosão dos casos de coronavírus na China, o Chinese Center for Disease Control and Prevention investigou e analisou todos os casos registrados em 11 de fevereiro. Uma das descobertas é que os homens eram maioria entre os acometidos.
Conforme o levantamento, dos 44.672 casos confirmados, 51,4% eram homens e 48,6%, mulheres. Desse total, ocorreram 1.023 mortes, das quais 63,8% eram do sexo masculino contra 36,2% do feminino. Assim, a taxa de mortalidade entre eles é de 2,8% e, para elas, de 1,7%.
As explicações para esses números ainda não estão bem claras, no entanto, especialistas acreditam que questões biológicas e de estilo de vida impactam diretamente no desfecho da doença.
— Esse é um padrão que observamos em muitas infecções virais do trato respiratório. Homens têm resultados piores — disse, ao The New York Times, a pesquisadora Sabra Klein, da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, nos Estados Unidos.
Embora ainda faltem estudos mais conclusivos, a pesquisadora acredita que o estrogênio, hormônio feminino, tenha papel decisivo na imunidade.
— Vários estudos realizados com camundongos infectados pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (sars) mostraram que o estrogênio contribuiu sem dúvida para a maneira como as fêmeas controlavam melhor a infecção do que os machos — explicou Sabra à BBC.
O tabagismo, menor entre as mulheres chinesas na comparação com os homens, e o hábito feminino de ir ao médico com mais frequência também podem ter relação com esses dados.
Fora as diferenças entre os sexos, o levantamento também apontou as faixas etárias mais acometidas pela infecção: pessoas dos 50 aos 59 anos representavam 22,4%. Na sequência, os indivíduos entre 40 e 49 anos, e 60 a 69, ambas com 19,2% cada.