A epidemia de coronavírus apresenta desafios gigantescos de gestão para o Grupo Hospitalar Conceição, responsável por 35% dos atendimentos do SUS na Região Metropolitana. Desde que o vírus chegou ao Rio Grande do Sul, 69 médicos com mais de 75 anos, que pertencem ao grupo de maior risco, foram dispensados do trabalho. É a recomendação oficial.
Por dia, cerca de 30 atestados pedindo dispensa são protocolados por servidores que têm maiores riscos de contrair a covid-19. Além disso, o número de pedidos de férias alcançou 700, obrigando a direção a suspender todos para garantir a continuidade do atendimento.
Na linha de frente, profissionais da saúde enfrentam pressões extras. Ontem, uma mobilização no Fêmina reivindicava a suspensão de atendimentos ambulatoriais e consultas não urgentes. "Minha agenda hoje prevê consulta sobre infertilidade", constatava um médico diante de uma sala de espera com mais de cem pessoas que, na imensa maioria, não precisaram estar ali, muitas vindas do Interior.
O superintendente do GHC, André Checcini, tranquiliza a população e garante que os 9,2 mil servidores dos quatro hospitais do grupo estão preparados para enfrentar os desafios que virão, apesar das dificuldades. No final da manhã, ele esteve no Fêmina para conversar com as equipes. Ficou acertado que a equipe do hospital planejará o uso do ambulatório e das salas de cirurgia, onde só devem ingressar casos em que a atitude médica seja necessária e urgente.