Nesta quinta-feira (19), em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o vice-diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas\OMS), Jarbas Barbosa disse que acredita no surgimento de um medicamento, em "poucas semanas", capaz de combater casos graves do coronavírus.
— Temos uma plataforma eletrônica da OMS (Organização Mundial da Saúde), onde recebemos todos os ensaios clínicos que estão sendo feitos. São mais de 300 até agora. Estão sendo testados vários medicamentos de maneira isolada, e toda evidência está sendo avaliada. Alguns (medicamentos) demonstram resultados promissores. Enquanto uma vacina deve demorar de 12 a 18 meses, acredito que teremos um medicamento para ser usado em casos graves em poucas semanas — afirmou.
Antes de pensar em uma cura, Barbosa salientou que medidas de prevenção – como lavagem das mãos, distanciamento social e o autoisolamento – são a melhor maneira de conter a propagação do coronavírus.
— Essas medidas podem reduzir a velocidade da transmissão, evitando assim uma sobrecarga dos serviços de saúde, que podem sofrer com a falta de leitos nas UTIs e de respiradores, por exemplo — ressaltou.
Recentemente, especialistas tem criticado a forma como os testes para coronavírus vêm sendo feitos no Brasil. Casos de países como a Coreia do Sul são elencados como referências para constatar possíveis casos da covid-19 – no país asiático, quase todos os cidadãos estão passando por testes para analisar a disseminação da doença.
— A Coreia do Sul já possuía muitos testes. Temos que avaliar o momento o que cada Estado está passando. Em uma primeira leva, já distribuímos cerca de 135 mil testes e estamos preparando uma segunda leva. Atualmente, existem mais de 50 testes sendo avaliados pela OMS que aguardam uma regulamentação — explica Barbosa.
Conforme o vice-diretor, "nenhum país do mundo consegue testar toda a sua população". Barbosa reforça que, no momento, as pessoas devem seguir as medidas de prevenção, principalmente em locais com transmissão comunitária.
— O teste não previne, ele diagnostica. O ideal é que as pessoas façam a limpeza das superfícies de contato e evitem levar as mãos ao rosto e à boca. Empresas de ônibus e de metrô podem limpar as barras, pelo menos duas vezes ao dia, com desinfetante ou até água sanitária. O efeito de tudo isso é semelhante a você realizar o teste. Se todas as pessoas seguirem esse conselho, o efeito de reduzir é o mesmo — salientou Barbosa.
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