O jornalista Caio Cigana colabora com o colunista Tulio Milman, titular deste espaço.
A ideia é alavancar os empreendedores negros do Brasil. O Movimento Black Money, criado em 2017 como um hub de inovação dedicado à educação financeira e digital, tem agora a sua fintech. O D´Black Bank nasceu no final do ano passado com a intenção de preencher uma lacuna na oferta de serviços e crédito para os afrodescendentes brasileiros. A principal inciativa até agora foi o lançamento da maquininha de cartões de débito e crédito Pretinha, que opera com as principais bandeiras existentes no mercado nacional. Já está em seis cidades, conta a fundadora e CEO do Movimento Black Money, Nina Silva, eleita em 2019 uma das 20 mulheres mais poderosas no país pela Forbes Brasil.
Além da maquininha, livre de mensalidade e de custo de aquisição e que promete taxas mais baixas em relação à média do mercado, o D´Black Bank planeja os próximos passos com novas facilidades financeiras, como conta digital e microcrédito, além de um marketplace para que os empreendedores negros usuários possam oferecer seus produtos e serviços.
– Nossa intenção é estimular a geração de negócios entre as pessoas negras, que são 53% dos microempreendedores do Brasil. Por outro lado, o acesso a crédito é mais difícil e o número de negativas é três vezes maior no Brasil do que para não negros – sustenta Nina.
Mesmo que a iniciativa seja voltada para o público negro, Nina afirma que o movimento não é segregatório e está aberto a qualquer empreendedor que não tenha postura racista. A intenção, ressalta ela, é ser um instrumento para combater a desigualdade no país.