Sai ano, entra ano e a história se repete. Dirigentes e torcedores de Inter e de Grêmio depositam energias e expectativas em contratações. Boatos e notícias plantadas por empresários alimentam sonhos e frustrações de quem espera vitórias e conquistas na próxima temporada.
É natural que isso aconteça, mas, de fato, nem sempre são as novas contratações que resolvem os problemas de um time. Arrisco afirmar que boa parte das soluções já está em casa. Mais do que gastar montanhas de dinheiro em nomes de risco, valeria a pena olhar para dentro do vestiário e fazer uma análise profunda sobre o porquê de determinados jogadores terem ficado abaixo do esperado. Recuperá-los, do ponto de vista da equipe, é até melhor do que trazer gente nova. É mais barato e eficaz.
No caso do Inter, são inúmeros os exemplos de atletas que eram vaiados e depois viraram ídolos. Valdomiro e Rafael Sobis são apenas dois exemplos de belas narrativas de superação e esforço. Nunca é demais lembrar que Adriano Gabiru fez o gol mais importante da história do clube.
No outro lado da mesma linha de argumentação, são também inúmeros os exemplos de profissionais que não renderam em uma temporada, foram mandados embora para brilhar depois em outros clubes.
Não estou aqui dizendo que Inter e Grêmio devem abrir mão de contratar, mas sim argumentando que os clubes podem olhar mais para dentro, avaliar potenciais e trabalhar as partes física, técnica e mental de atletas que podem entregar melhores resultados. A melhor contratação para 2020 já pode estar em Porto Alegre há horas. O que falta é um olhar mais atento e algumas doses extras de gestão profissional de pessoas.