Vem aí o tira-teima definitivo dos pardais. Depois, poderemos saber, definitivamente, se os defensores da tese da “indústria da multa” têm razão quando culpam os governos e não os motoristas infratores pelas punições. O teste terá seu resultado final em março, quando as estatísticas do veraneio forem consolidadas. Como não teremos pardais nas estradas estaduais até o fim do verão, bastará comparar os números de acidentes, feridos e mortos com os do ano anterior. Se diminuir ou ficar igual, será a prova de que punir não adianta.
Se, em março, sem pardais, nossas estradas se mostrarem mais seguras, serei o primeiro a me render. Para isso, não poderá haver aumento de utilização dos radares móveis e nem de outros mecanismos que distorçam o resultado. Bastará comparar estradas com pardal e sem pardal para termos a certeza incontestável.
Como pai de adolescentes que saem à noite, me transformei em um entusiasta das baladas seguras e dos azuizinhos cumpridores do seu dever, que é fiscalizar e punir. Me retorço quando ouço alguém afirmando, com absoluta autoridade, que a função deles é conversar, acolher e compreender. Não é. Motorista sem educação para o trânsito não poderia portar uma licença de conduzir. Depois de estar ao volante, só há um jeito de fazer funcionar: total intolerância com excesso de velocidade, ultrapassagens indevidas e outras infrações, mesmo que resultantes de descuido. Prefiro chamar o que outros qualificam como “indústria da multa” de indústria da segurança nas estradas.
Um colega jornalista me deu uma dica poderosa para evitar pardais, lombadas eletrônicas e outros mecanismos que machucam nossos bolsos. É só cumprir as leis, essas que a gente acusa os políticos e todos os outros de atropelar.