Ele ficou conhecido em todo o Brasil quando presidia o TRF4 durante a confirmação da condenação do ex-presidente Lula. Mês passado, o porto-alegrense Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz terminou seu mandato e mudou de função. Foi para a turma que julga os processos da Lava-Jato. Hoje, às 17h, assume um novo desafio em paralelo: toma posse como desembargador eleitoral, na vaga destinada à Justiça Federal no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) gaúcho.
A nova composição vai além de uma simples movimentação de carreira. Em março, por seis votos a cinco, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as denúncias relativas à caixa dois nas eleições, mesmo relacionadas com outros crimes, como corrupção, devem ser enviadas à Justiça Eleitoral. Na época, integrantes da força tarefa da Lava-Jato criticaram a decisão, alegando que os TREs e o TSE não têm estrutura para processos mais complexos, o que poderia aumentar os riscos de prescrições e de impunidade. A posse de Thompson Flores no TRE, um tribunal altamente qualificado, pode ser interpretada como um recado. Se depender do TRF4 e do TRE gaúcho, o combate à corrupção não terá trégua.