O problema do governo é ele mesmo e não os outros. A falta de unidade e as divisões internas são o principal obstáculo no caminho do presidente. E isso não se resolve nas ruas, mas sim dentro de casa. O PT está esvaziado e, assim, cessa a polaridade que serve de combustível às manifestações públicas. O risco de fiasco dia 26 é grande, embora Bolsonaro mantenha um aguerrido batalhão de seguidores fieis.
Reflexo direto do problema interno, as turbulências nas relações com os outros poderes e com as instituições são o segundo desafio do governo. Se a ideia é usar as ruas para mostrar força, é muito cedo para um tudo ou nada tão radical assim.
Quando um governo que assumiu há apenas cinco meses pede socorro desse jeito, algo estranho está acontecendo. Bolsonaro, que tem traços paranoicos e se cercou de um núcleo de igual perfil, dessa vez pode ter razão ao enxergar inimigos poderosos. Só que os enxerga no lugar errado.